A maternidade bíblica nos mostra que apesar das atuais e inúmeras promoções para o egoísmo, transvestidas de amor próprio, a abnegação é o caminho correto. Pois a vida de Cristo nos mostra que negar a si mesmo é uma característica intrínseca do bom cristão. Começando pelo exemplo de sua mãe, que louvou a Deus por sua gravidez, mesmo em situação adversa.
A mulher cristã é bombardeada diariamente com noções antibíblicas sobre como deve levar sua vida. Praticamente em todo lugar há alguém dizendo que o doar-se para outrem é pernicioso, que a maternidade atrasa a vida da mulher. Que filhos são um grande empecilho.
Mas o que a Bíblia diz sobre o proceder da mulher que quer cumprir a vontade de Deus vai na contramão total dessas ideias. Dessa forma, trazendo para a vida de milhares de mulheres dúvidas, muitas das vezes, essas dúvidas ficam sem respostas. Isso porque, mesmo no meio cristão, há muitas mentiras sendo contadas.
E infelizmente, muitas mulheres seguem o passo a passo incentivado pela sociedade, não se dando conta de que estão indo contra a vontade de Deus. Pois abrem mão da noção de maternidade bíblica, em troca do conforto e ganhos financeiros.
Noções de maternidade bíblica
Os filhos na Bíblia são vistos como bênçãos enviados pelo próprio Deus. Já que, casais sem filhos demonstram viver em angústia pela falta deles. Especialmente as mulheres, já que no Antigo Testamento, casar-se com mais de uma mulher era comum. Essas mulheres ansiavam pela maternidade.
A partir daí já se percebe uma das noções da maternidade bíblica. Ansiar pela bênção enviada por Deus. E existem muitos desses exemplos nas escrituras. Mulheres como Sara, Raquel, Ana, todas elas tinham em comum o anseio de serem mães.
Outra noção da maternidade bíblica, é a ideia de que a criança pertence a Deus e não a mãe. Ana é um grande exemplo disso. Mesmo angustiada pela vontade de ser mãe, ela promete devolver o fruto do seu ventre ao Senhor. E cumpre essa promessa quando Samuel tem idade suficiente para ir morar no templo.
Além disso, a própria comparação descrita em Isaías 49:15, Deus compara uma ação sua à de uma mãe, e claro, demonstra a Sua superioridade.
“Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.”
A maternidade é um dom
Se na criação, Eva foi abençoada com a maternidade, e mesmo após pecar, o próprio Deus promete que de uma outra mulher nasceria o Redentor. E a profecia se cumpre quando Deus escolhe Maria para ser a portadora do seu próprio Filho, o verbo que se fez carne.
Por último, temos o exemplo de Eunice e Lóide, mãe e avó de Timóteo. Que segundo Paulo, na sua carta a este jovem pastor, foram quem educou a Timóteo no caminho da fé.
“Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.”
2 Timóteo 1:5
Um chamado à maternidade bíblica
“Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecerem com sobriedade na fé, no amor e na santificação.”
1 Timóteo 2:15
Este é um versículo bastante conhecido e citado em relação à maternidade, mas talvez com o foco errado. O foco do versículo não parece estar em sua primeira parte, mas na segunda “se permanecerem com sobriedade na fé, no amor e na santificação.”
Esta é a vontade de Deus para as mães. Esse é o exemplo de maternidade bíblica que posteriormente Paulo reconhece sobre a mãe e avó de Timóteo.
Sem dúvidas é o que diz em Provérbios 22:6.
“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”
A partir daí dá para entender que viver a maternidade de forma fiel aos ensinos bíblicos, é viver de forma piedosa e educar os filhos nos caminhos de Cristo. Não apenas os levando à igreja, mas exercendo com eles as funções de um cristão.
Para viver uma maternidade bíblica, o foco não deve ser ela em si, mas os frutos do Espírito Santo. Viver de forma piedosa, amando e respeitando o marido, sendo-se submissa. Além de honrar os próprios pais, dando assim exemplo aos filhos de como proceder.
Exercendo a maternidade bíblica
De fato, o exercício diário de uma vida piedosa, não é uma tarefa fácil, sequer é possível sem a capacitação e sustentação do Espírito Santo. E os filhos precisam entender isso, que sua mãe só consegue agir de forma correta quando sustentada por Deus.
Para que isso seja possível é necessário que ela esteja empenhada nas disciplinas da maternidade bíblica.
Ensino bíblico
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;
E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.”
Deuteronômio 6:6,7
Acima de tudo, este deve ser o foco principal da maternidade cristã, o ensino bíblico. Sem ele, pouco adianta dar bons exemplos, bons conselhos e até uma boa disciplina. Isso porque, essas coisas apesar de serem aprendidas, não levarão a criança a render-se a Deus.
Com toda certeza, ter filhos capazes, educados e bons cidadãos é o desejo de todos os pais. Porém, para o cristão, isso não é o bastante, o seu desejo é que seus filhos sejam salvos. E a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus.
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.”
Romanos 10:17
Disciplina bíblica
Primeiramente é preciso reforçar que a disciplina é um ato de amor, não de correção por correção. Vemos nas escrituras, o próprio Deus demonstrando que disciplina seus filhos e compara essa disciplina a de um pai:
“Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.”
Provérbios 3:12
“Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.”
Hebreus 12:6
Portanto, para estar de acordo com a maternidade bíblica, a mãe deve disciplinar seus filhos com amor. Além de disciplinar com amor, a disciplina deve ser eficaz e com base nas escrituras, mas sem excessos.
“O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga.”
Provérbios 13:24
“ Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.
Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.”
Provérbios 23:13,14
Ou seja, a Bíblia é clara quanto a o dever dos pais de castigarem fisicamente seus filhos, sem excessos e com amor. Porém, a criança precisa entender o porquê da correção e seu coração precisa ser instruído ao arrependimento e não a mágoa. Logo, conclui-se que, sem educação bíblica, a correção será vã.
Idolatria na maternidade
Inegavelmente a idolatria é um pecado gravíssimo, que ofende diretamente o próprio Deus que exige adoração exclusiva. Porém, biblicamente, idolatria se refere a qualquer coisa que substitua o lugar de Deus nas nossas vidas. E isso pode acontecer de diversas formas, com pessoas, ou o dinheiro, por exemplo.
Portanto, para que a mulher viva uma maternidade bíblica de fato, é preciso que Deus seja a sua prioridade e seu amor maior. Pois todo o bem que ela fará irá fluir a partir dessa realidade e será possível que ela haja de maneira tal que seria impossível sem a ação do Espírito Santo.
Para que isso aconteça, a mulher deve fazer o exercício de pedir que Deus sonde seu coração e mostre se há algum objeto de idolatria.
Infelizmente, os filhos podem ser objetos de idolatria ou a própria maternidade. Tornando todo esse esforço fútil e maléfico, filhos podem ser esse objeto de idolatria. anto para si mesma quanto para seus filhos.
Acima de tudo, qualquer função deve ser desempenhada para a glória de Deus. A própria maternidade bíblica existe com esse objetivo e não como um fim em si mesmo.
Distorções da maternidade
Da mesma forma, existem outras distorções da maternidade. Atualmente, algumas são tão difundidas que substituíram o pensamento bíblico sobre a maternidade.
A primeira delas é a ideia de que a educação dos filhos pode ser terceirizada, seja para a escola, igreja ou avós. A maternidade bíblica instrui diferente, os responsáveis pela educação são sempre os pais.
A segunda é a ideia de que deve-se limitar a quantidade de filhos por conta do conforto a ser oferecido. Não que oferecer um lar, alimentos, roupas e educação para as crianças seja supérfluo, pelo contrário, os pais devem se esforçar ao máximo para promover tais coisas. Mas a ideia de que se eles não podem oferecer o que há de melhor para os filhos, devem evitar sua chegada, é inclusive antibíblica. Isso porque demonstra total falta de confiança na providência divina.
“Por isso vos digo: Não andeis ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?”
Mateus 6:25
Por último e tão perigosa quanto as outras vem a ideia de que a mulher deve priorizar sua carreira. Seja priorizando em relação ao tempo, evitando a chegada dos filhos, seja priorizando e terceirizando os cuidados e educação da criança. As prioridades da mulher cristã devem ser pautadas no que as escrituras demonstram, Deus, marido, filhos, respectivamente.
Ao negligenciar e inverter essas prioridades, as consequências podem ser desastrosas. Portanto, para viver uma maternidade bíblica verdadeira, ordene suas prioridades e cumpra seus deveres com excelência.
Para concluir
Para finalizar, esteja certa do amor de Deus pela maternidade. Esse dom maravilhoso que Ele deu às mulheres, a possibilidade de gerar vida, deve ser objeto de agradecimento e honra. Nunca visto como um fardo.
Mas cuidado com a falácia do sagrado feminino. A capacidade de gerar a vida é um dom que não torna as mulheres sagradas. Porém ao cumprir a maternidade bíblica, a mulher poderá se tornar cada vez mais piedosa e quem sabe quais frutos do Espírito surgirão a partir daí.
Portanto, ore pedindo a Deus capacitação e se esforce ao máximo para cumprir seu papel de mãe. Sempre lembre-se que Deus deve ser glorificado em tudo!